segunda-feira, 14 de novembro de 2011

O Ator por Plínio Marcos


Por mais que as cruentas e inglórias
Batalhas do cotidiano
Tornem um homem duro ou cínico
O suficiente para fazê-lo indiferente
Às desgraças e alegrias coletivas,
Sempre haverá no seu coração,
Por minúsculo que seja,
Um recanto suave
Onde ele guarda ecos dos sons
De algum momento de amor já vivido.
Bendito seja
Quem souber dirigir-se
A esse homem
Que se deixou endurecer,
De forma a atingi-lo
No pequeno porém macio
Núcleo da sua sensibilidade.
E por aí despertá-lo,
Tirá-lo da apatia,
Essa grotesca
Forma de auto-destruição
A que por desencanto
Ou medo se sujeita.
E por aí inquietá-lo
E comovê-lo para
As lutas comuns da libertação.
O ator tem esse dom.
Ele tem o talento de atingir as pessoas
Nos pontos onde não existem defesas.
O ator, não o autor ou o diretor,
Tem esse dom.
Por isso o artista do teatro é o ator.
O público vai ao teatro por causa dele.
O autor e o diretor só são bons na medida
Em que dão margem a grandes interpretações.

Mas o ator deve se conscientizar
De que é um cristo da humanidade:
Seu talento é muito mais
Uma condenação do que uma dádiva.
Ele tem que saber que para ser
Um ator de verdade, vai ter que fazer
Mil e uma renúncias, mil e um sacrifícios.
É preciso coragem,
Muita humildade e, sobretudo,
Um transbordamento de amor fraterno
Para abdicar da própria personalidade
Em favor de seus personagens,
Com a única intenção de fazer
A sociedade entender
Que o ser humano não tem
Instintos e sensibilidades padronizados,
Como pretendem os hipócritas
Com seus códigos de ética.
Amo o ator
Nas suas alucinantes variações de humor,
Nas suas crises de euforia ou depressão.
Amo o ator no desespero de sua insegurança,
Quando ele, como viajor solitário,
Sem a bússola da fé ou da ideologia,
É obrigado a vagar pelos labirintos de sua mente
Procurando, no seu mais secreto íntimo,
Afinidades com as distorções de caráter
De seu personagem.
Amo o ator
Mais ainda quando,
Depois de tantos martírios,
Surge no palco com segurança,
Oferecendo seu corpo, sua voz,
Sua alma, sua sensibilidade
Para expor, sem nenhuma reserva,
Toda a fragilidade do ser humano
Reprimido, violentado.
Amo o ator por se emprestar inteiro
Para expor à platéia
Os aleijões da alma humana,
Com a única finalidade
De que o público
Se compreenda, se fortaleça
E caminhe no rumo
De um mundo melhor,
A ser construído
Pela harmonia e pelo amor.
Amo o ator
Consciente de que
A recompensa possível
Não é o dinheiro, nem o aplauso,
Mas a esperança de poder
Rir todos os risos
E chorar todos os prantos.
Amo o ator consciente de que,
No palco, cada palavra
E cada gesto são efêmeros,
Pois nada registra nem documenta
Sua grandeza.
Amo o ator e por ele amo o teatro.
Sei que é por ele que
O teatro é eterno
E jamais será superado
Por qualquer arte que
Se valha da técnica mecânica.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

A corrupção nossa de cada dia.

Não tem jeito. Se não começar por mim, não vai. Se não começar por você, também não vai. Como diria o outro: "Nunca antes na história deste país..." falou-se tanto sobre corrupção! 

Através do Facebook, Twitter e afins, grandes mobilizações aconteceram de norte a sul do Brasil. Isso é muito bom. É ótimo para dizer a verdade! Eu mesmo fui em algumas. Acredito que é necessário um começo para que aconteça uma revolução. Nem precisa ser grande. Sendo revolução, basta. Desde que voltamos a viver 'democraticamente' (cabe aí outra discussão), somente agora as pessoas começam a questionar mais, a cobrar mais daqueles que estão nas casas do poder por intermédio do voto. Ainda é bem tímida essa reação, mas como diz um de meus irmãos a história está aí para provar que os acontecimentos tem seu ritmo que para nós, geralmente é lento. Na verdade não é. Uma transformação leva tempo e temos que aceitar. Se metermos o bedelho, sai merda.

Transformação não é fácil. Metamorfose, diz-se, é dolorida. Já ouvi falar que esse é o motivo, ou um dos motivos, de levar anos até alcançarmos a nossa estatura máxima. Pois poderíamos crescer em alguns dias após o nascimento, não? Mas, como a dor seria insuportável levamos alguns anos para isso. E nesse percurso crescemos também como pessoas. Amadurecemos (nem sempre!) e crescemos. É necessário para podermos entender o mundo ao redor. Conhecermos os outros, situações, agregar conhecimento para então tomarmos decisões.

Tá certo. Dito isso pensemos então em nossos políticos corruptos. Que canalhas, não? Que safados, hein? Que belos filhos de uma puta, não é? É. Mas, (o que seria da vida sem o mas?) para existir um corrupto deve existir um... corruptor! E quem seria o corruptor?

Para que nosso país, nossa comunidade possa existir sem esta aura de corrupção, sem este dia a dia permissivo, a mudança deve acontecer primeiramente em nós. Devemos amadurecer e acho que aos poucos estamos indo. Temos que aceitar que em nossa rotina sempre tentamos dar 'um jeitinho'. Dar uma enganada, levar vantagem. Não acatamos as leis se não nos interessa. Desrespeitamos as tais leis, sejam dadas por homens ou até por deus, caso você acredite em um. 

Enquanto esse ambiente de 'tudo pode' continuar, nossos representantes continuarão com altos índices de corrupção e patifaria! Se você molha a mão do guarda, por que o parlamentar não pode fazer acordos com empreiteiras? Se você estaciona em vaga para cadeirantes, por que o parlamentar não pode fazer caixa dois?
São as pequenas maldades de cada dia que determinam os péssimos exemplos de quem está lá em cima. Claro que não justificam, mas entra na conta.

A educação é a chave. A maioria aceita isso, mas não dá a devida atenção.O caso é que educação, conscientização e ação levam tempo. Em uma das últimas eleições para presidente o então candidato Cristóvam Buarque 'só' falava em educação, em uma tal revolução silenciosa. Virou motivo de chacota, De escárnio. Diziam: "Eu lá quero saber sobre algo que irá dar frutos daqui a alguns anos?! Eu quero saber é de agora!"

Concordo que algumas coisas devem ser emergenciais, mas as pessoas esquecem que para uma mudança efetiva ocorra ela precisa de tempo. Estamos acostumados a acreditar em passe de mágica, em milagreiro, em Pai dos Pobres. E realmente temos muitos Pais dos Pobres, mas pobres de espírito.

Não é fácil e não será rápido. Mas, você e eu podemos e temos que começar já. Pois as pessoas são mais importantes. Nós somos mais importantes. A maioria que está no poder, colocada lá por seus eleitores, não pensa assim e sente um tipo de aval por parte da população quando cometem seus crimes. Portanto, mais uma vez, mude você primeiro naquilo que acha que pode ser melhor e mostre para o canalha lá de cima que vocês não estão no mesmo time.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Pimenta no seu é refresco!

O TST determinou o fim da greve dos trabalhadores dos Correios. Você sabe muito bem que foram muitos dias (quase um mês) sem receber sua correspondência, sua conta, sua encomenda.

Você também assistiu, ouviu e até mesmo leu como a maioria dos veículos de comunicação nos trouxe o drama vivido pelos brasileiros por terem seu direito à correspondência ser negado.

Mas você não viu o por que da greve. Não viu o por que ela durou tanto.

Primeiro porque muito provavelmente você nem ligue! Afinal você TEM que receber sua carta, conta, encomenda ou seja lá o que for.

Talvez você ache que o direito à greve seja algo do século passado (portanto não vem acompanhando o noticiário atentamente) ou que seja 'coisa de sindicato'. Ou ainda tenha a absurda ideia que se os trabalhadores dos Correios queriam sua greve que a fizessem trabalhando! Ora!

Eu, particularmente, penso que a grande mídia estará sempre ao lado das grandes empresas que são seus patrocinadores. Como ir contra o cara que assina o cheque?

Não falam também sobre os concursos e mais concursos abertos pela estatal que não serviram para nada. Não chama ninguém. No fim do ano passado encontrei no trem um ex-colega de Correios. Ele continua por lá. Perguntei como estava o trabalho e me disse justamente isso. Estão trabalhando por dois, três. E por quê? 

Pura ganância! Para que pagar para três se apenas um faz o mesmo serviço? 

O trabalho nos Correios trás sérios problemas como LER, problemas de coluna. Isso só para citar os problemas físicos. Se com um número satisfatório de pessoas existe o risco, imagine quando você é obrigado a trabalhar muito além de seus limites?

Mas o que mais me chama a atenção é o fato de que o brasileiro está pouco se lixando! 

Amanhã, 12/10 acontece o ato UNIDOS CONTRA A CORRUPÇÃO em várias capitais do país. É algo importante, pois tem a ver comigo e com você.

Esse caso de notícias dirigidas e pessoas aceitando-as passivamente mostra como estamos muito mais preocupados com assuntos mundanos e muito menos com aquilo que realmente importa. Os assuntos que tratam do coletivo e não do individual são deixados de lado. Por escolha.

Talvez você não se enquadre em nada do que escrevi. Talvez não ligue. Mas por favor, pelo menos converse sobre isso com alguém. Troque ideias. Podemos descobrir coisas incríveis quando trocamos informações, impressões. Vale a pena. E se você está em São Paulo, vá à Paulista à partir da 14h.

Acredite. Vale à pena.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Meu bairro está mudando. Que pena...

Hoje, caminhando por meu bairro, Jardim Utinga, pude constatar algo que passou certa vez por minha cabeça e que ainda não tinha dado a devida importância: ele está mudando sua cara.

No lugar de suas casas dos anos 50 e 60, estão chegando com força total os insípidos sobrados padronizados. Uma pena. Lembrei de quando tinha 10 ou 11 anos e voltava para casa após as aulas na Escola Adventista e "trombava" no caminho com dois gentis senhores de nomes João e José (parece combinado, né?). 

Um morava de frente para o outro. Ao fim de tarde, ficavam nos respectivos portões, em seus quintais de bom tamanho.

Eu ficava na calçada e conversava com ambos. Era um bom papo. Mesmo! Coisa de antigamente. Quando ainda dava para bater papo naqueles fins de tarde em que o sol está se pondo e o ar é quente e agradável.

Hoje tudo parece mais distante e frio. As pessoas não são mais prioridade. Suas casas-fortalezas, sim.

Ainda dá para lembrar. Tenho que cuidar para não esquecer.

O que me deixa mais chateado é a sensação de que tudo muda, mas não cuidamos para justamente não esquecer. Já que mudanças são inevitáveis que não esqueçamos como tudo era. De onde saiu e como chegou até aqui.

Nossa identidade deve ser mantida. Lembrada. Preservada. Com carinho e orgulho. Cada casa tem uma história. Se suas paredes, tijolos, pudessem falar...

As expectativas, os sonhos, os medos de seus construtores! Que material rico teríamos.

Pois uma cidade, um bairro, é feito por isso: seus moradores. E seu legado, as casas, são a personificação daquilo que são, daquilo que eram. Está longe de ser apenas pedra, tijolo, areia e cimento. Ali tem suor, lágrima, tristeza, alegria.

Foi assim que me senti quando vi naquele Google sei-lá-o-que onde se vê sua rua, e tudo mais, minha antiga casa em Guaianases, Zona Leste de SP. Minha infância foi praticamente naquela casa. Lembro de muita coisa! Principalmente do zelo que meus pais tinham por ela. Foi uma grande conquista para ambos. Somente os dois para descrever o quanto de suas vidas dedicaram àquelas paredes e teto.

Mas quando vi sua imagem pela internet não se parecia em nada com o que me lembrava. Estava feia, maltratada, largada. Confesso que precisei segurar as lágrimas. Parece um pedaço da gente que ficou por aí.

Acredito que cabe esse poema de Tânia Menezes, Adeus, Velha Casa. 


ADEUS, VELHA CASA
Deixo contigo sonhos d’infância
E o espírito adolescente
Nunca mais tu serás a mesma
Nem ouvirás minha voz
Nem colherás meu pranto em teu orvalho
Não trocaremos confidências
Meus segredos guardarás
O telhado desfeito suspira liberdade
Adeus, velha casa
Irás comigo aonde eu for
Caminharemos de mãos dadas
Pelos jardins do eterno mistério
Não temos mais pecados
Cessaram angústia e dor
Estamos livres do inferno
Levarei comigo teus ares de palacete
Teu orgulho emparedado
Cada um de seus tijolos no chão arremessado
É pétala de miosótis desfolhado
Adeus, portas e janelas
Adeus feridas do reboco
Fujam os pássaros
Busquem outros alvoreceres
Adeus, velha mangueira
Não te ouvirei, se acaso gemeres
Não conversaremos eu e tuas folhas
Calará a brisa sobre tua copa
De incansável verde
A renda do bambu descendo pelo muro
As folhas da pitangueira brilham lágrimas no escuro
O limo narra histórias invernais
Anjos em ciranda na sala de visitas
Chora chuva
Não voltarei
Nunca mais
Adeus, velha casa
Rainha exposta em classificados de jornais
Todos agora te olham, te invadem
Tu és minha, casa amiga do passado
Ainda carinhoso me abriga teu corpo longo e cansado
Eu sou você, alma e imagem
Ouves meu coração
Oras comigo
Conheço tua linguagem
Adeus, velha casa
As bicas em pranto desesperadas
Me convidam a ficar
Aqui, no pátio, pensando,
Pensando
E o pensamento virando mar
Passa correndo a menina
Segue um barco de papel
Adeus! Adeus!

domingo, 11 de setembro de 2011

Driblar o sistema. Ser espontâneo.

Viu o trailer? Parece mais um filme de Hollywood, certo? E é! E aí é que fica interessante. Assisti a esse filme (Gente Grande) do Adam Sandler faz uns dias. Fui visitar uma pessoa e depois do almoço, chegou a hora do filme. Dentre as opções, muitos filmes de terror. Que horror! Não tinha mesmo muita opção. Esta é a explicação do porque o filme acabou indo para o aparelho de DVD. E vou dizer: gostei muito!

Não porque seja uma beleza de filme, uma aula de cinema, um primor de direção, roteiro, fotografia, interpretação, etc e etc. Não é mesmo. Você já viu no trailer as piadas padrão (inclusive a 'agressão' aos testículos do menino desprevenido!) e praticamente sabe como será o filme até o seu previsível fim.


O que gostaria de dizer sobre o filme é a maneira como Sandler, que produz e é co-roteirista, usa o clichê, a receita de bolo da indústria estadunidense de se fazer comédia e passa uma bela e necessária mensagem: seja  como você é, educar os filhos dá trabalho, fazer tudo o que eles querem não é sinônimo de amor (pelo contrário), cuide de quem ama, nem sempre vencer é vencer, como bem disseram Los Hermanos com a música Vencedor.

Logo nos EUA (não sou nenhum combatente dos yankees. Como todos os seres humanos, eles tem erros e acertos) onde a pressão por ser mais é altíssima!  Deve ter crescido sempre ouvindo e sendo cobrado em ser mais e ter mais. E conseguiu. É nome forte na máquina hollywoodiana. E por isso poderia ser mais um acomodado. Mas conseguiu usar todo o dinheiro e esquema de Hollywwod do jeito que quis. 

Claro, não espere um tratado filosófico sobre o homem. Vamos devagar! Mas é uma ótima ferramenta para apresentar por exemplo para crianças e adolescentes e para quem gosta desse tipo de cinema!

Acho realmente louvável quando alguém que está por cima da carne seca como Adam Sandler se dispõe para esse serviço. A maioria daqueles que 'vencem' seja lá qual for sua área de atuação não dão a mínima para quem está ao seu redor. Por quê fariam isso? Já conseguiram. Fazem parte do pequeno e restrito grupo de quem manda prender e soltar e daqueles que se forem parados por um policial diz: - Você sabe com quem está falando?

Então por que se importar?! Olha, talvez eu esteja dando muito crédito para Sandler, não acompanho sua vida, não sei quanto ganha, com qual modelo-atriz-cantora-apresentadora ele sai, se é casado, se é viciado etc.

E quer saber? Não importa. Pois sei que esse cara, com seu filme simples em vários sentidos, mas acessível, presta um grande serviço. Um serviço para nós que muitas vezes nos esquecemos de certa coisinha que passa despercebida: o próximo. Que pode ser seu pai, sua mãe, seu filho ou filha, seu cônjuge, seu vizinho, seu colega de trabalho, a pessoa que está passando na rua... Ou você mesmo!

Sempre podemos estar em situações que nos deixam muito acomodados por diversas razões como não arriscar a posição, por exemplo. Então quando vemos alguém fazendo tráfico dentro do sistema, bem debaixo de seu nariz, temos que dar os parabéns. Sempre dá para fazer. Engane o sistema você também. Seja  espontâneo!

domingo, 4 de setembro de 2011

Para saber e não esquecer

Matéria da ESPN Brasil no solitário e ótimo programa de esporte investigativo HISTÓRIAS DO ESPORTE que continua com as denúncias de segregação que ocorre no Rio por conta da Copa e principalmente das Olimpíadas.


Leia também  no Blog do Juca Megaeventos: Quem vai pagar a Conta? Uma entrevista com o professor Gilmar Mascarenhas onde diz que nos últimos anos o Brasil optou por se projetar mundialmente nos megaeventos, mas que o custo disso quem paga é o cidadão. E ainda: "Os efeitos desses eventos são dívidas e o desfinanciamento de áreas como a saúde e a educação. No ano do Pan o Rio enfrentou sua maior epidemia de dengue. Todo o dinheiro estava comprometido com os jogos. Os eventos são para assistir e não para desenvolver o esporte".


Acho importantíssimo não deixarmos de lado e praticarmos esse exercício que é a memorização. Pois como você bem sabe, uma característica que todos são unânimes em dizer que é made in Brazil é a tal memória curta. Se quisermos, dá para mudar. Mudemos, pois!



domingo, 14 de agosto de 2011

#foraricardoteixeira deve ser o início de algo maior

Ontem na Avenida Paulista aconteceu a versão paulistana da 'Marcha Fora Ricardo Teixeira'(#foraricardoteixeira) organizada pela Frente Nacional dos Torcedores. Apesar de saber que não apareceria nem 1/3 daqueles que disseram que iriam, na página da marcha no Facebook mais de 9.000 disseram que compareceriam, fiquei decepcionado com o número de pessoas presentes. O dia estava perfeito, com muito sol. Não tinha desculpa. Ainda estamos engatinhando. 

Temos um longo caminho para percorrer. E sem dúvida foi um começo. É muito fácil e tentador ficar descendo a lenha e mais uma vez listar todos os defeitos de nosso povo. Motivos não faltam. Estou longe de ser o típico otimista. Muito pelo contrário! Tenho muito mais facilidade para ver o lado B das coisas. Agora, tem que se usar o raciocínio e pensar em algo que a primeira vista pode não parecer tão nobre que é o instinto se sobrevivência. Um povo deve lutar até o fim para sobreviver para viver, seja culturalmente, socialmente ou literalmente.

Ainda exite gente querendo mudança e querer mudança é ser diferente. O diferente vai chamar a atenção, vai provocar, pode apanhar, sangrar e morrer. Está nas regras. Nosso país tem um zilhão de defeitos, mas uma coisa é boa: conversamos. E a conversa pode ser muito boa. Claro que a ação é fundamental. Se preciso for chegar aos 'finalmentes', que seja, mas vamos conversar, sair, marchar, trocar ideias, debater, entender, juntar e não segregar. Na marcha #foraricardoteixeira apareceram líderes de torcidas organizadas menores (em quantidade de membros, não em grandeza) de Corinthians e São Paulo. As maiores (em número e não em grandeza) Gaviões e Independente, nem cheiro! Por que? Por que não aparecem para conversar? Quem cala suas bocas? Ou o que? Acho que as perguntas trazem junto as respostas. Este é um momento de nos juntar. 

É, eu sei. Desanima. Mas todos aqueles que querem algo mais do que simples contas gordas, prestígio perante as pessoas, status, poder, placas reluzentes com seus nomes, que querem viver e não apenas sobreviver, não podem desanimar! Vamos pra cima, fortes, bravos, destemidos, com 'sangue nos olhos' e, ao mesmo tempo com nossas características que são a alegria sem ser idiota, a solidariedade sem ceder o amor próprio, a esperança no futuro sem esquecer o passado.

Um grande abraço ao Vitor Birner e também para o Xico Malta que estiveram presentes na marcha e tiveram a paciência e cordialidade de ouvir a mim e a meu irmão mais novo debaixo do sol da Paulista.


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

João Sorrisão x #foraricardoteixeira - O que incomoda mais?





Reproduzindo post do blog de Xico Malta!


Leia, abaixo, o post publicado no blog da campanha #ForaRicardoTeixeira.

Neste fim de semana, a TV Globo lançou em suas plataformas online e direcionado para os colaboradores e o publico em geral, um documento que tem em sua essência a necessidade de transmitir certa transparência em termos do jornalismo que é realizado pela emissora carioca. (Leia aqui a integra do documento)

Em trecho inicial do texto diz:
“Com a consolidação da Era Digital, em que o indivíduo isolado tem facilmente acesso a uma audiência potencialmente ampla para divulgar o que quer que seja, nota-se certa confusão entre o que é ou não jornalismo, quem é ou não jornalista, como se deve ou não proceder quando se tem em mente produzir informação de qualidade.”
“É possível que, para a maioria, ele não traga novidades. Se isso acontecer, será algo positivo: um sinal de que a maior parte das pessoas reconhece uma informação de qualidade, mesmo neste mundo em que basta ter um computador conectado à internet para se comunicar.”
Nesta introdução, a gente nota que a Globo tem se incomodado com algo que vem de um lugar onde não se faz jornalismo ou há confusão do que é jornalismo feito por alguem que esteja em qualquer lugar do mundo tem um computador conectado a internet.
De acordo com esse Texto a Globo diz que jornalismo é :
“De todas as definições possíveis de jornalismo, a que as Organizações Globo adotam é esta: jornalismo é o conjunto de atividades que, seguindo certas regras e princípios, produz um primeiro conhecimento sobre fatos e pessoas. Qualquer fato e qualquer pessoa: uma crise política grave, decisões governamentais com grande impacto na sociedade, uma guerra, uma descoberta científica, um desastre ambiental, mas também a narrativa de um atropelamento numa esquina movimentada, o surgimento de um buraco na rua, a descrição de um assalto à loja da esquina, um casamento real na Europa, as novas regras para a declaração do Imposto de Renda ou mesmo a biografia das celebridades instantâneas.”
“Dito isso, fica mais fácil dar um passo adiante. Pratica jornalismo todo veículo cujo propósito central seja conhecer, produzir conhecimento, informar. O veículo cujo objetivo central seja convencer, atrair adeptos, defender uma causa, faz propaganda.”
Esse é só o trecho inicial deste extenso e controverso – em minha opinião – texto da Globo.
Recomendo a você que o leia todo e veja que muito do que é dito e pregado por eles, não é posto em prática. Pelo menos não atualmente em relação ao #foraricardoteixeira
E então, hoje o apresentador do Globo Esporte de São Paulo, @tiagoleifert twittou link para o seguinte artigo :
Neste texto, o autor @gpoli defende a brincadeira criada pela emissora, o João Sorrisão e diz que muito foi falado, muitas criticas chegaram inclusive ”campanhas” #forajoaosorrisao e similares. 
A constatação dele foi de que é tudo brincadeira, e mais bobo que o próprio brinquedo é quem se incomoda.
O que nos espanta é a postura da Globo.
Desde que foi inventada e se tornou potência na comunicação nacional tenta impor à população jargões, modas, tendências e comportamentos. Mas quando é questionada o telespectador se torna o chato, o bobo e o cara que ”não tem censo de humor”.
As pessoas não tem, afinal, direito de decidir o que gostam ou não? 
Eu particularmente nada tenho contra o João Sorrisão, acho até que o futebol tem se tornado muito sério e é válido qualquer tipo de brincadeira e mudança para o bem do folclore e alegria do futebol. Mas o que está em pauta aqui é o que a Globo tem feito…
Para explicar: afinal o que tudo isso tem a ver com Ricardo Teixeira?
O Jornalista da Rede Globo, dois dias depois do lançamento do documento duvidoso que fala sobre transparência e exemplo no jornalismo, faz um texto enorme para polemizar sobre um João Bobo que a rede de TV que paga o salário dele impõe que as torcidas gostem. (E se olharem nos comentários, é unânime o desgosto com relação ao personagem).
Outro ponto de atenção é: O Jornalista comenta sobre ”campanha” fictícias para tirar o João Sorrisão do ar.Mas em que momento algum dos jornalistas dessa emissora/portal/jornal falou com tamanha seriedade sobre a campanha #foraricardoteixeira ???
Sobre isso podemos levantar dois pontos preocupantes:
1 – Será que uma campanha de brincadeira sobre uma outra brincadeira é realmente mais importante do que corrupção e escândalos do presidente de uma entidade?
2 – Ou será que a emissora em questão não tem o menor interesse em noticiar os movimentos que a internet tem feito contra Ricardo Teixeira.
E se for isso, qual seria a razão? Em que parte disso entra o belo texto que foi feito para os jornalistas da empresa (que ignoram a campanha) está concebido :
jornalismo é o conjunto de atividades que, seguindo certas regras e princípios, produz um primeiro conhecimento sobre fatos e pessoas. Qualquer fato e qualquer pessoa: uma crise política grave, decisões governamentais com grande impacto na sociedade, uma guerra, uma descoberta científica, um desastre ambiental, mas também a narrativa de um atropelamento numa esquina movimentada, o surgimento de um buraco na rua, a descrição de um assalto à loja da esquina, um casamento real na Europa, as novas regras para a declaração do Imposto de Renda ou mesmo a biografia das celebridades instantâneas.”
Temos que pensar um pouco.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Brasil para os brasileiros. Nem tanto.

No último programa Histórias do Esporte da ESPN Brasil foi mostrado o que acontece quando você está à margem da sociedade. Assista e tire suas conclusões e lembre-se que em nossa Constituição, a de 1988, está escrito no famoso Art.5º: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade.   Agora, eu dou risada ou choro? Até hoje, nossa Constituição é cheia de boas intenções, mas como diz o outro: "De boa intenção o Inferno está cheio!" Um mal muito grande, talvez para poucos, mas que não deixa de ser um mal. Não importa que uma pessoa apenas tenha sofrido para o benefício de muitos. E aí é que ferra: quem são esses muitos? Ou melhor, de quem são esses bolsos? É, amigo. Um Brasil que está bem longe do ideal, hein Lulinha?
Uma pena, Brasil. Uma pena.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

O sério problema da adoção no Brasil

Uma matéria escrita para o site do Jornal do Trem me lembrou de um assunto que sempre me interessou: a adoção de crianças. Eu, particularmente, sempre tive essa ideia na cabeça. Adotar uma criança. Sempre pensei que a adoção seria a saída de um futuro incerto para um com muitas possibiliaddes pela frente da criança a ser adotada.

Mas chama a atenção alguns dados levantados pela reportagem como por exemplo a terrível, mas brasileiríssima lentidão no processo de adoção! Segundo a matéria, pode levar até dois anos para se conseguir uma criança. A burocracia por si só não é ruim. É necessária. Mas o que complica a vida do brasileiro comum é o excesso. Tudo é difícil. Tudo é devagar. Tudo é complicado. Não se pode traçar uma linha reta. De A para B. Devido à lentidão do sistema, encontra-se uma letra entre A e B(!). E você terá que ir até ela!

Isso desmotiva. Faz o cidadão pensar em desistir ou então recorrer a... Adoção à Brasileira! Adoção à Brasileira, Jeitinho Brasileiro. Tudo que é porcaria leva brasileiro(a) no nome? Não tinha que ser assim.
Adoção à Brasileira que nada mais é do que um meio ilegal de se conseguir uma adoção. É interessante como funciona nosso sistema. É tão complexo. O sistema da corrupção, por exemplo. Ele é tão nosso que, mesmo sem querer, criamos mecanismos que sempre irão possibilitar o golpe, a fraude. É automático, intuitivo. E antes que alguém venha falar que em outros lugares é assim, eu digo: foda-se! Não vivo "em outros lugares!" Vivo aqui, no Brasil! E não tenho que me conformar com isso. Malditas sejam todas as brechas nas Leis, na estrutura do que define o estado!

No caso específico da adoção as crianças ficam sem pai nem mãe, literalmente.

Outro complicador é o eterno desejo de ser imbecil do brasileiro. É mostrado no texto que a esmagadora maioria (87%) dos pais querem crianças de até 03 anos sendo que a maioria das crianças em situação de adoção está na faixa dos 12 anos. Ora, por acaso querem uma criança ou uma boneca para brincar e mostrar para os outros? A desculpa é a dificuldade em criar uma criança já grandinha? Então sinto muito pois criar uma criança seja lá qual for a idade é algo difícil, complexo e muito, mas muito trabalhoso. Se você é preguiçoso e pensa que o televisor é uma alternativa para essa educação, por favor, não adote nem tenha filhos! Já temos idiotas o suficiente nesse mundo!

E pasmem (mas vocês não ficarão surpresos tenho certeza), o brasileiro, filho da miscigenação não quer adotar crianças negras, pardas, indígenas ou asiáticas! Agora, eu dou risada ou choro intensamente? Até mesmo aquele monstro desgraçado da Noruega destacou no seu relatório do Inferno a grande mistura de raças como característica nossa! E o brasileiro não quer isso. BRASIL, MOSTRA TUA CARA!!

Quase tão patético quanto as novelas mexicanas que escolhem a dedo seus protagonistas: quanto mais europeu, mais branco, melhor. Os chicanos só para a criadagem. Que horrível!

Isso me faz pensar se a vontade de ter filho para muitos candidatos a pais não passe de pura vaidade. Uma perpetuação de seu eu. Pois aí, ao invés de levar para casa um pequeno ainda sem personalidade definida ele prefere um para moldar. Parece uma simples questão, dentre outras coisas, de vaidade. Como se dissessem "Eis minha imagem e semelhança!"
Com tantas e tantas crianças que tem sim uma identidade, mas que necessitam de amor e acolhimento! Não consigo ver onde o amor está nessas situações descritas.

É claro, para se chegar à Ordem passamos pelo Caos. Mas às vezes nosso Caos interior parece não dar mostra nenhuma de que se aproxima do fim. Pelo contrário. Pelo contrário...

domingo, 31 de julho de 2011

Sonhos

Leia ouvindo a música de Yann Tiersen.






Um sonho é vertiginoso ou não. Pode te levar  a lugares lindos, a lugares sórdidos a lugares que você jamais imaginou ou a lugares que você sempre desejou.

Nos sonhos você pode ver novamente quem você sempre quis a seu lado e não está mais. Lá, estão nossos amores, nossos amigos, nossos amantes, nossos inimigos, pessoas para lembrar e também para esquecer.

Nos sonhos também encontramos sonhos esquecidos, mas ainda vivos.

 Nos sonhos você pode ser feliz, mesmo que não seja, mesmo que não esteja. O ambiente dos sonhos pode ser o mais cândido Paraíso ou o mais terrível dos Infernos.

Como ocorreu para o Príncipe Segismundo, o sonho pode ser a vida que vivemos ou a vida, talvez, não passe de um sonho. Acordar ou permanecer assim?

Aproveite a música!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Campanha #foraricardoteixeira e #falaglobo Incomoda Muita Gente

Se você não esteve fora do planeta ou em outra dimensão através de um desdobramento astral deve ter ouvido falar da desastrosa entrevista do Poderoso Chefão da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ricardo "Palpatine" Teixeira à revista Piauí em que entre outra coisas disse "Estou cagando um montão para essas denúncias" mostrando de forma categórica que neste país chora menos quem pode mais e que ideias do tipo "você sabe com quem está falando" ainda é algo muito corriqueiro entre os nativos de terra brasilis.

O fato é que a coisa repercutiu. E muito. No Twitter estão em pleno vapor as campanhas #foraricardoteixeira e #falaglobo, já que Teixeira disse que se preocuparia somente se alguma denúncia contra ele aparecesse no Jornal Nacional. Que por enquanto não deu um pio sequer. Coisa para deixar mestre Armando Nogueira de cabelos em pé se ainda estivesse entre nós.

Também resolvi dar minha contribuição. Entrei no Twitter e fiquei de olho nas tuitadas. Então  surgiu algo inusitado: o "jornalista formado" (sabe-se lá onde) Luiz Ademar Jr. que trabalha para o Sportv da Rede Globo perdeu a compostura com aqueles que questionavam a postura da Globo e de seus jornalistas diante das afirmações de Ricardo Teixeira. Foi um verdadeiro festival de palavrões! Para se ter uma ideia, 'tomar no cu' foi o mais leve. No meio da conversa também estava o blogueiro Xico Malta que por sua vez foi bastante ofendido. No dia seguinte aos vitupérios e interjeições, Xico postou tudo em seu blog inclusive a parte que me toca.

Alguém que se intitula jornalista tem que ter no mínimo argumentos para defender aquilo que acredita sem baixar o nível. Saber dialogar é fundamental. Aí não importa sua profissão. Questão de respeito pelo próximo. O dito jornalista Luiz Ademar Jr., para mim simplesmente é um reflexo daquela que lhe paga todo fim de mês. Que como Teixeira acha que está acima do Bem e do Mal. Não é bem assim. Não pode ser. Não posso acreditar nisso. Não posso crer que somos tão apáticos ao ponto de caras desse tipo (Ricardo Teixeira) dizer que está "cagando um montão" pra mim e pra você e que nada faremos! 

Que somos bons apenas para mobilização sobre votação de quem sai e quem fica em reality show! Aliás, se aquilo é um tipo de demonstração de realidade "prefiro acreditar no mundo do meu jeito."

Essas campanhas não são apenas para quem torce para um time de futebol mas também para quem se importa com aquilo que é certo, com aquilo que é justo, que fica indignado toda vez que pega ônibus, trem ou metrô lotados e viaja de forma humilhante por saber que há desvio de verba pública. Que fica meses e até anos na fila do SUS sabendo que não é atendido antes pelo mesmo motivo. Por saber que a notícia que chega na sua casa chegou picotada como no inferno imaginado por George Orwel em 1984!

É do interesse de todos nós! Acredito que este seja um momento ímpar de nossa história. Talvez pela primeira vez em muito tempo, o povo esteja entendendo que o poder esteja mais próximo do que imagina. Basta olhar para suas mãos.

Para saber mais sobre o caso acesse o site da Frente Nacional dos Torcedores. Um grupo apartidário que resolveu tomar iniciativa. Acompanhe também o blog do Xico Malta que não deixa passar nada.

Pra cima deles! #foraricardoteixeira #falaglobo

sábado, 23 de julho de 2011

"Viver 10 anos a 1.000." Amy agora é imortal

Morreu Amy Winehouse. Mais uma estrela cadente. Dona de uma potente voz. De um talento incomparável. De um swing irresistível. Só Amy para dizer sobre o que vivia, o que a angustiava. O fato é que preferiu "viver 10 anos a 1.000 Km/h do que 1.000 anos a 10KM/h. Certo? Errado? Como ouvi certa vez, não atiro pedras pois meu telhado é de vidro. 

Vários especialistas em música são unânimes em dizer que Amy Winehouse foi a melhor coisa que surgiu em 10 ou 20 anos no cenário músical. Acho que estão certos. Duvida? Ouça a agora imortal Amy Winehouse.




quarta-feira, 20 de julho de 2011

O que realmente importa

Nesta semana aconteceu um fato interessante que mereceu minha atenção. Um jornalista da rede estadunidense CNN ao comentar na página eletrônica da emissora sobre a possível transferência de Carlito Tevez do time inglês do Manchester City para o Corinthians referiu-se ao time brasileiro como "pequeno clube de São Paulo-Brasil."

Foi o suficiente para que os corintianos "invadissem" a CNN através do Twitter e demais meios eletrônicos.

Foi desfeita a gafe retirando-se a palavra pequeno da frase supracitada e um mea-culpa por parte do jornalista no dia seguinte.

Bueno, vamos por partes. Como um apaixonado por futebol achei muito significativa a mobilização da torcida mosqueteira, indignada por seu time do coração ser tratado como... pequeno! Mostraram que quando se quer, se faz. Não é a primeira vez que os corintianos mostram sua capacidade de organização e ação.

Agora, outra coisa que me veio à cabeça: quando iremos fazer o mesmo sobre questões realmente importantes?!

Temos aí as diversas crises morais no governo; temos os problemas do dia-a-dia como falta de transporte público com qualidade e acessível para todos; a falta de um sistema de saúde que realmente funcione pois o SUSto que temos todas às vezes em que necessitamos dessa desgraça é deprimente; a falta de segurança e despreparo de nossa polícia (aqui não é uma crítica direta aos policiais que em sua maioria são trabalhadores e não passam de bucha de canhão de seus 'senhores' e sim àqueles que deveriam dar toda a assistência para estas pessoas); 

a falta de educação que é a falta de escolas com as mínimas condições. Uma vez fui me apresentar em uma escola estadual em Rio Grande da Serra (ABC paulista) e o local era deprimente! Parecia muito mais um presídio que uma instituição do saber! A gradativa e constante desvalorização do professor que tem um único objetivo: destruir a cidadania, destruir o futuro cidadão; 

temos problemas com nossas leis defasadas na esfera da Justiça por exemplo. Leis de mais ou menos 70 anos atrás. Lembrando que sem leis eficientes a polícia trabalha meio que à toa: eles prendem, a lei solta; temos as questões estruturais em nosso país que é conduzida em ritmo de centralizar muito nas mãos de poucos. O statu quo é interessante para uma minoria que manipula uma maioria que sonha fazer parte dessa minoria. Ou seja, em geral um rico que domina um pobre e ensina que este para também ser um rico deve foder um outro pobre. O statu quo.

E chegando neste ponto é que talvez entendamos o porque de se encher o saco da CNN por causa de um time de futebol e não perturbarmos nem um pouquinho os governos municipal, estadual e federal.

Que briguemos com o mundo por causa de nosso time de futebol, que deixemos Obama sem dormir enquanto não parar de chamar football de soccer, mas não deixemos de lado aquilo que realmente importa. Ser cidadão, ter direitos equilibrados com seus deveres, não sentir-se menor por morar aqui ou ali, pela cor da pele, pelo sotaque, pelo tipo de trabalho!

Que de uma vez por todas entendamos que eles trabalham para nós! Nós colocamos, nós tiramos.

Somente quando tivermos esta capacidade e agilidade para atuar naquilo que realmente importa, então eles entenderão.

domingo, 17 de julho de 2011

Pode se orgulhar. Você sustenta um grande agiota, seu idiota!

Você já deve ter visto este comercial:


Quem em sã consciência iria se orgulhar por ter um banco "eleito o mais sustentável do mundo?".

Agora se na locução, muito boa por sinal, fosse dito que é o "mais sustentado pelo governo, pelos juros astronômicos que cobra de seus pobres, insignificantes e nulos correntistas" (sou um destes), então concordaria. 

Chega a parecer piada. Um episódio ridículo e de mal gosto da propaganda  brasileira que já foi muito boa. Aliás, estes malditos comerciais que querem nos passar a imagem de banco "humano" é de lascar!

 Um retrato cruel de quem manda. Dizem que o Mundo Ocidental é livre. Ledo engano. As amarras são sutis. O opressor fala manso. Com trilha lúdica ao fundo. Usa gente "bonita", branca, sorridente e bem nascida. E bem sucedida (off course)!

Ao final, quando o ator faz aquele movimento com o dedo no ar e desenha a marca do banco, ele poderia muito bem terminar com o dedo médio voltado para a câmera.