sábado, 6 de junho de 2015

Tempo perdido?







Um dia me perguntaram:
"Já fez o que te pedi? O que te mandei fazer?
Por quê a demora?
Vai levar quanto tempo?"
Daí pensei sobre o tempo.

Ah! O tempo.

O tempo é senhor da vida. E da morte.
Temos que estar sempre atentos ao tempo. Não é assim?
Pois o tempo não espera por ninguém. Dizem.

Mas e se por uma fração de segundo o tempo esperasse por mim?
E se nessa espera, eu pudesse (maravilha!) voltar no tempo?

Uau! O tempo esperando por mim! Acho que nunca ninguém esperou por mim (já, uma vez...).
E mais: o tempo retornando por mim!
Se isso acontecesse eu iria rever algumas coisas:

Aquele ônibus que não peguei,
A resposta que não dei,
A escolha que não tomei,
O soco que não dei,
A "verdade" que neguei,
O beijo que não roubei,
O amor que não declarei.

E também

O sim que declarei,
A porta que abri,
O passo que dei,
O favor que pedi,
O golpe que desferi,
O amor a quem eu disse sim.

Mas pensando bem...
Não faria nada disso.

Pois meus erros e acertos
São o que me definem
Meu orgulho e arrependimento
Estão aqui e ali.
Uma hora ouço um
Outra hora, o outro.
Afinal, como escreveu Kipling
A desgraça e o triunfo são dois impostores.

Portanto, tempo, segue teu rumo. Teu fluxo.
Pois seguirei minha vida.
Seguirei, até o fim.
E além.