segunda-feira, 2 de abril de 2018

Na linha do trem. Entre vidas.

Olhos. 

Olham para outros dois olhos. Há intensidade nesses quatro, quando fazem contato. 
Na banalidade da vida, foi encontrado um momento. Um bom momento. *Nada é banal! Céu nublado. Concreto e ferro, na linha de ferro.
Apesar de tudo, estas vidas têm porque sorrir, (sempre?) com suas mãos entrelaçadas. Um símbolo consistente em tempos onde medo do outro, medo de si, são o normal (até quando?). Eu me comovo ao ver olhos sorrirem. Claro! Vivemos egoísmo institucional, desespero religioso, urgência, (ou) necessidade (i)racional em ser, por exemplo, vendedor dentro do trem.

Vender paçoca para tentar pôr arroz e feijão no próprio prato. E ESTÁ TUDO BEM?!

Além dos quatro olhos sorridentes e mais maduros, há mais quatro, menores e idênticos entre eles. Dois pares de olhinhos, atentos, ligeiros, que apontam o futuro. Um futuro. Eles recebem atenção, ternura, daqueles seres de mãos entrelaçadas.

Cheguei na minha parada. Então, paro. Eles seguem. Meus olhos viram tudo isso, todos eles. A imagem, todas elas, fica.